"Feitiço nunca serás feliz"
Mais uma vez dei por mim fechada no meu quarto escuro, deitada na minha cama vazia, com os fones nos ouvidos, agarrada à minha almofada, a chorar. A chorar tanto como uma criança quando alguém lhe tira o seu brinquedo preferido. Senti o meu mundo desabafar, as lágrimas escorriam-me pela face deixando-a molhada, senti-as por fim nos meus lábios, salgadas... Queria parar, não conseguia. Era quase como se as lágrimas se sincronizassem com a música e caíssem mais e mais. Limpei-as tantas vezes, em vão; voltaram a cair sempre. Pensei muitas vezes: "F*da-se, mas estou aqui a chorar porquê? Tenho que me erguer, sorrir e mostrar a toda a gente o quão forte sou. Pode doer, posso estar a sofrer, posso até estar a morrer. Mas ninguém precisa de saber", voltava a limpar as lágrimas e sentava-me na beira da cama. Mas a música, as lembranças... A maldita música e as terríveis lembranças desabavam com aquela força e aquele positivismo outra vez. Bolas, estou mesmo farta disto! Alguma bruxa me terá visto quando nasci? Como aquelas dos filmes da Disney que lançam aqueles feitos "impossíveis". Se calhar, alguma saiu de uma história e lançou-me o feitiço de "nunca ser feliz". Já nem digo coisa com coisa, triste vida. Com isto, quero tentar ganhar uma nova força diferente. Que faça com que amanhã não dê comigo novamente no meu quarto escuro, deitada na minha cama vazia, com os fones nos ouvidos e agarrada à minha almofada a chorar.
"Solidão"
Sabes aquele momento em que te sentes sozinha no meio de uma multidão? É, é esse mesmo o meu momento hoje. Quer dizer, há já uns dias que me sinto assim. E como consequência desta solidão tenho vindo a isolar-me cada vez mais, num mundo só meu, que só eu conheço e que não pretendo dar a conhecer a mais ninguém. Às vezes penso: amanhã é o dia da mudança. Mas qual mudança? Acaba por nunca chegar. É quase como se subisse um degrau e descesse imediatamente dois. E custa, custa muito quando te fazem a tão habitual pergunta do "está tudo bem?" e respondes que sim, chorando desalmadamente. Quem me conhece realmente percebe que há algo de errado, basta apenas uma palavra. Ou então nem percebem, ou fingem não perceber. Whatever! Prefiro manter esta máscara do que dar a perceber que a tristeza se apoderou de mim nestes dias. E é irónico esconder o choro, mas no fundo necessitar de alguém que me limpe essas mesmas lágrimas. É irónico ter o coração gelado, mas querer que alguém o aqueça. Há alguém que se sinta como eu?! Espero sinceramente que não, é um dos piores sentimentos que já pude sentir até hoje. É um misto deles: medo, insegurança, tristeza... de tudo isto se faz a solidão. E ninguém percebe que o meu silêncio grita, ninguém percebe que os meus sorrisos são o disfarce das minhas lágrimas, ninguém percebe que o meu coração gela mais e mais de dia para dia... E, quando se lembrarem que existo, não me venham dizer que mudei. Sempre me ensinaram a lembrar de quem nos faz bem e de quem queremos manter por perto, se me deixaram ir, então é porque não faziam intenções disso. Por isso, se forem, façam-me um favor: nunca mais voltem, que eu fico aqui, sozinha, com a solidão como companhia.
"Amar-te assim"
Sinceramente já não sei que escrever mais. As palavras estão presas na garganta com um grande e forte nó. Os olhos e as lágrimas encarregam-se de (tentar) expressar tudo o que vai dentro deste corpo "morto". Estou cansada de fingir ser forte perante os outros, cansada de ter um sorriso falso e todos acreditarem que ele é sincero. Ninguém me ouve gritar, ninguém sente a dor que as minhas lágrimas transmitem. Custa erguer a cabeça e seguir em frente quando no nosso coração há um amor imenso, acompanhado também de uma dor esmagadora. Mas deixar de amar é impossível! Certamente alguém me irá compreender, mais depressa outro alguém me irá julgar. Pouco me importa, a quem julgar só tenho uma coisa a dizer: amem de verdade e compreenderão o que sinto neste momento. Há dias em que não tenho vontade nem de me levantar da cama, quero apenas ficar ali, afogar-me nas minhas próprias lágrimas. É tudo uma enorme escuridão sem ti, sabias? Davas-me tudo. Luz, alegria, uma grande vontade de viver. Quando foste embora levaste tudo isso contigo, e sei que não vão voltar. O meu sofrimento não te traz de volta. Aliás, nada te traz de volta. Que tortura! Sem ti nada passa disso mesmo: UMA TORTURA! Nunca amei alguém desta maneira, e talvez nunca ame. O meu coração não me deixa ver em mais ninguém tudo o que vejo em ti. E tu sabes bem do que falo. O meu futuro, a minha casa, a minha família, a MINHA VIDA. Vida, é coisa que neste momento não tenho. Perdi-a quando me deixaste. Diz-me, tencionas voltar? É que cada vez se torna mais difícil suportar esta dor e enfrentar tudo sem estares comigo. Devo confessar-te que neste momento as lágrimas percorrem-me o rosto, tocam os meus lábios e deixam-os salgados. Esses mesmos lábios que um dia quiseste beijar. E que hoje estão distantes de sentir o sabor dos teus. Resgata-me deste buraco em que caí, e fica do meu lado para sempre, como se fôssemos siameses. Vivo num verdadeiro sufoco por o meu amor crescer dia após dia e não te poder ter. Neste momento já não acredito na felicidade e muito menos no destino que um dia nos juntou. Porque esse mesmo destino encarregou-se de te levar para bem longe de mim. Vou deixar o meu coração em aberto e nas tuas mãos. Larga-o se quiseres, mas lembra-te: será sempre teu.
"M*rda"
Escrevo e não sei bem porquê, nem sei sobre o que escrever. Escrevo porque me apetece, porque ao contrário das pessoas, o papel não me pode julgar. Escrevo porque tenho um coração de m*rda, partido em mil pedaços e sem uma cola milagrosa que junte novamente os seus cacos. Escrevo porque me sinto num farrapo, completamente destruída por dentro e sem algo ou alguém a que me agarrar. Ok, chama-me parva, idiota, exagerada (...) tudo o que tu quiseres. O que achas sobre mim não me interessa minimamente, sabias? Estou mesmo a escrever à toa, porque isto está a ficar uma grande M*RDA! Por muito que queira falar e deitar tudo cá para fora, não dá. As palavras não saem, e as lágrimas estão quase secas. É complicado? Talvez. Mas já estou habituada a isso, a minha vida não passa de um conto de falhas! Dia após dia vou desistindo, em silêncio para ninguém perceber. Apesar de, lá no fundo, alguém estar a ver. E é triste, porque quem está a assistir não passa de alguém tão pouco próximo de mim. Sim, porque quem é mais próximo não percebe mesmo que faça um desenho. Enfim, sentimentos e tudo o que mexe com eles é uma m*rda! Gostava de ter um coração feito de pedra. Não dói, não sente, não sofre, não parte... Será que posso fazer uma operação e meter um assim cá dentro? Era tudo tão melhor. Tenho a certeza que seria muito mais feliz do que estou neste momento. É verdade que a tristeza e a dor não permanecem para sempre, mas enquanto cá estão doem que se farta. Nasci de carne e dela sou feita; não de ferro, caramba! Quando era pequenina queria crescer depressa, agora dava tudo para voltar à minha infância. Pelo menos era mais feliz, não tinha problemas, nem complicações. As amizades era todas lindas e perfeitas, e os rapazes eram como príncipes. Hoje, as amizades verdadeiras são poucas e os rapazes largam quem os amam para ficarem com quem os engana. É f*dido, não é? F*da-se, continuo a escrever coisas que não têm sentido nenhum, mas está realmente a acalmar-me. E para acalmar ainda mais adoraria que alguma alma caridosa me oferecesse um cigarro. Fumar mata? E depois? Achas que estou preocupada com isso? Deixa lá o meu vício! Quando morrer vou deitada, e pouca ou mesmo nenhuma gente irá sentir a minha falta. Caga, não quero nem pensar nisso! Que se f*da quem não está comigo, que se f*da quem não me fala ou que fala só quando não tem mais ninguém com quem o fazer! Que se f*dam os sentimentos e o coração partido! Que se f*da tudo!... Dia de m*rda, meu.
"Distância"
Será que existe algo pior do que a distância? Ela dói, dói de uma maneira inexplicável. Separa-me da pessoa que mais amo neste mundo, é cruel e deixa-me completamente devastada por dentro. Há dias que não só me mata interiormente, como também exteriormente. Os meus olhos não aguentam mais as lágrimas e elas caem. Rolam pela minha face, intensas, cheias de dor e tristeza. Alguém me ajuda a lidar com isto tudo? Porque eu estou a perder essa capacidade. Já não sei ser forte, já não sei enfrentar isto sozinha. Há alguma coisa mais desesperante do que quereres abraçar a tal pessoa e não poderes? Julgo que não. Este sentimento mata qualquer pessoa, e só quem ama alguém que está longe compreende o que digo e, sobretudo, o que sinto. Não quero saber de quem diz que amor à distância não existe. Dizem-no porque nunca o sentiram, nunca alguém de longe vos tocou o coração de uma maneira tão forte e inigualável. Ultimamente tenho ouvido e lido muito a frase: "a distância não vale nada, quando uma pessoa vale tudo", não poderia ser mais verdade. Porque haveria a porcaria da distância acabar com um amor quando no coração o sentimento é forte e insiste em permanecer? Se ambos querem, ambos lutam. E não me digam que é impossível sobreviver a todos os sentimentos negativos que a distância provoca, não existem coisas impossíveis e o céu não é o limite quando todos sabemos que existem pegadas na lua. A distância dói? Dói, muito mesmo. Ela mata? Mata, devagarinho e de mansinho. Faz chorar? Faz, incontrolavelmente. Acaba com um amor? Nunca. Fortalece-o, faz as duas pessoas se amarem mais e mais. Fortalece a confiança, a cumplicidade, ensina a valorizar cada palavra, cada momento, cada sorriso, cada lágrima (...)
Mas maldita distância, torna a tua dor menor, por favor! Desculpa, mas és uma m*rda!